A criação da Copa do Mundo

Foi um francês, de nome Jules Rimet, o grande entusiasta que levou do sonho à realidade a Copa do Mundo. É certo que teve de esperar quase três décadas para conseguir realizar seu sonho; mas conseguiu.

Editor francês, nascido em 1871, coincidentemente, ano em que o futebol definitivamente tornou-se um esporte - separado do rugby, como visto anteriormente -, Jules Rimet reuniu-se com amigos, em 1904, a fim de organizar um torneio entre os países praticantes do futebol. Não conseguiram tal realização de imediato, mas lançaram a semente ao criar a Fédération Internationale de Football Association (FIFA).

Em 1905, nenhum país decidiu se inscrever no torneio proposto, de forma que a primeira Copa do Mundo teve de ser adiada. Em 1914, uma nova tentativa de disputa deste torneio sucumbiu, desta vez, por culpa da Primeira Guerra Mundial.

Em 1920, o fundador Jules Rimet foi eleito presidente da FIFA. A partir daí este órgão começou a atuar mais intensamente em busca do grande objetivo de realizar um torneio intercontinental.

Durante os Jogos Olímpicos de 1920, a FIFA realizou seu congresso visando estabelecer as bases do primeiro grande torneio. Ainda assim, foram necessários mais oito anos para que, definitivamente, a 26 de maio de 1928, em Amsterdã, a primeira Copa do Mundo de Futebol saísse do papel. Bastava, agora, escolher o país que seria sede deste torneio.

Segundo a Wikipédia, a Copa do Mundo de 1930 surgiu para suprir a ausência do torneio de futebol nos Jogos Olímpicos de 1932, uma vez que o país sede (os Jogos aconteceram em Los Angeles, nos EUA) não tinha tradição nesse esporte e havia uma divergência entre a FIFA e o Comitê Olímpico Internacional em relação aos jogadores amadores. Desta forma, Jules Rimet decidiu criar um torneio a ser realizado a cada quatro anos em um país sede, assim como os Jogos Olímpicos.

Em 18 de julho de 1929, reunidos em Barcelona, estavam presentes os 18 filiados da entidade, com o objetivo de escolher o local onde, no ano seguinte, seria realizado o primeiro mundial.

Disputando a vaga estavam Espanha, Suécia, Itália e Holanda, pela Europa, e o Uruguai, pela América do Sul. E o Uruguai foi o escolhido.

Vários fatores levaram a tal escolha: o Uruguai era o atual bicampeão olímpico de futebol (1924 e 1928); o país comemoraria, em 1930, o centenário de sua independência com a proposta de construção de um estádio, de nome Centenário, para palco de alguns jogos do torneio; o governo uruguaio propôs o pagamento de todas as despesas de viagem dos países europeus que resolvessem disputar a Copa; e, finalmente, a distância geográfica, que dificultaria qualquer tipo de influência do Comitê Olímpico Internacional, (C.O.I.) entidade que dirigia o futebol até então.

Porém, esta mesma distância foi a desculpa dada pelos quatro países europeus que disputaram o direito de sediar a primeira Copa, de não participarem deste mundial. Juntando-se a eles, Alemanha, Suíça, Hungria, Áustria e Tchecoslováquia, também boicotaram o primeiro mundial. Além deles, a Inglaterra, criadora do esporte, recusava-se a se submeter a FIFA, alegando que o órgão competente para decisões do futebol era a “The Football Association”. Desta forma, os inventores do futebol só aceitaram participar de um mundial em 1950, no Brasil, depois de perceber que ir contra às realizações de mundiais presididos pela FIFA só deixaria a seleção do país fora da maior vitrine do futebol internacional.

Voltando a primeira Copa, Jules Rimet teve papel importante na decisão de França, Romênia, Bélgica e Iugoslávia participarem do primeiro mundial, representando a Europa. Sua ação enérgica impediu mais um fracasso na tentativa de criar-se um torneio internacional, fracasso este, que poderia atrasar por vários anos a realização de tal torneio, já que, nos anos trinta, o planeta passava por uma grande depressão em sua economia e, fatalmente, isto influenciaria decisões futuras sobre a realização da primeira Copa do Mundo.

Enfim, apesar de todos os problemas, em 1930, vimos nascer o maior torneio de futebol do planeta. A taça, fabricada para representar o torneio mundial, passaria, em 1 de julho de 1946, a chamar-se JULES RIMET, em homenagem ao criador deste mundial. Jules Rimet, ainda presidiria a FIFA até 1954, falecendo dois anos depois, em 1956.